segunda-feira, 13 de julho de 2009

motivação

Quarta-feira, Outubro 10, 2007
Motivação e Aprendizagem - Guia para pais (II)
Certo dia, disseram a um viajante que uma das maiores felicidades na vida era encontrar moedas na estrada. Para poder comprová-Io, o viajante deci­diu experimentar a sensação e deitou algum dinheiro no caminho, recupe­rando-o logo em seguida. Mas não sentiu nenhuma alegria especial com a descoberta. Repetiu a estratégia diversas vezes, sem verificar nenhuma alteração no seu estado de espírito. Um dia, porém, distraiu-se e perdeu mesmo as moedas. Cheio de ansiedade, procurou-as pela terra do cami­nho horas a fio até que, finalmente, as conseguiu recuperar. Nesse preciso instante, sentiu a súbita felicidade de que tanto lhe tinham falado. (História de tradição oriental)

A motivação é como um motor que orienta os nossos passos. Sem ela, é difícil fazer caminho. Para promovê-Ia, é necessário conhecer alguns dos seus segredos e experimentar os seus diversos percursos.

Motivação
Chamamos motivação aos factores internos que dão energia e direcção ao comportamento, com vista à satis­fação de um desejo ou necessidade. Os indivíduos podem ser motivados por factores que lhes sejam exter­nos. É o caso dos alunos que estu­dam unicamente para obter boas notas por causa da pressão dos pais ou professores (Motivação Extrínseca). Podem também ser dirigidos por fac­tores internos. Acontece quando um jovem, ao estudar, se sente compen­sado pelo facto de estar a aprender (Motivação Intrínseca).

Causas da desmotivação
São vários os possíveis motivos que podem conduzir à desmotivação. Podemos agrupá-los em três grandes ordens:
1. Causas associadas a experi­ências passadas. Situações de insucesso no passado, quando vindas à memõria, podem cau­sar as mesmas reacções no cérebro.
2. Causas associadas ao ambien­te de aprendizagem. Falta de recursos, dificuldades na lin­guagem, ansiedade, stresse, má posição na cadeira, má
iluminação, nutrição deficitária são algumas, entre as muitas causas possíveis, para o desvio de atenção.
3. Causas relacionadas com o futuro. Sem o estabelecimento de objectivos e sem a crença de os poder concretizar, é mui­to difícil para alguém ter a moti­vação suficiente para desenvol­ver um projecto.

QUESTÕES FREQUENTES
Deverei recompensar os meus filhos com um prémio pelos suces­sos escolares obtidos?
É muito importante cultivar no jovem sentimentos de competência, de gos­to pela aprendizagem, de auto-deter­minação. No entanto, a realização contínua de tarefas com o fito único do prémio poderá levar à desmotiva­ção ou ao desânimo na ausência da recompensa. Com isto, não se pre­tende dizer que a atribuição de um prémio não possa ser motivadora, mas terá sempre de ser articulada com o estímulo da necessidade e do prazer do aprender em si. Daí, por exemplo, a importância da aprendi­zagem por descoberta.

Como ajudar o meu filho a lidar com o fracasso sem perder a motivação?
O seu filho procurará, naturalmente, os motivos do seu êxito ou do falhanço.
Um aluno que atribua a si mesmo a responsabilidade do seu desempenho tende a sentir-se mais motivado para prosseguir as suas tarefas do que aquele que atribui os seus resultados ao acaso ou a outros factores exterio­res. Assim, aconselha-se o educador a não dar respostas do tipo "Foi azar" ou "O professor tem alguma coisa contra ti", mas a ajudar o seu filho na ponderação das causas do insucesso, para poder estabelecer estratégias com vista a melhorar a situação.

Conselhos para promover a motivacão
Definir objectivos pessoais.

Para os alunos se sentirem motiva­dos, precisam de acreditar que vão poder executar com sucesso as suas tarefas. Se as metas forem de tal modo ambiciosas que inviabilizem à partida o êxito do projecto, eles vão sentir-se naturalmente desmotivados. Assim, é preferível o estabelecimento de pequenos objectivos, cujo cum­primento poderá trazer a compensa­ção pelo esforço despendido e a confiança necessária para o estabe­lecimento de metas mais ambicio­sas. Isto, obviamente, exige um tra­balho constante de auto-avaliação e uma prática mais generalizada do ensino diferenciado.


Criar correspondência escola-casa
É importante valorizar os pequenos esforços do seu filho. Uma das estra­tégias poderá ser a troca de mensa­gens entre o professor e o encarrega­do de educação, que vise assinalar os pequenos triunfos do aluno, quer ao nível da participação, do cumpri­mento dos deveres, quer ao nível do comportamento.

Dar palavras de aprovação e de ânimo
Reforçar os pequenos sucessos, lan­çar desafios, mostrar que acredita nas suas potencialidades levarão o seu filho a acreditar nas suas capaci­dades.

Atribuir simbolicamente marcas de reconhecimento
Nestas idades, a atribuição de autoco­lantes para premiar um determinado sucesso, ou a entrega de diplomas poderá ser especialmente estimulante.

Conceber actividades motivadoras
A criação de actividades que envol­vam realmente as crianças na sua execução é um passo muito significa­tivo para a motivação no estudo. Para que as tarefas sejam motivado­ras devem:
1. trazer um ganho que possa ser percebido pela criança. Se ela sentir que o trabalho valeu a
pena, vai esforçar-se para estu­dar mais;
2. ser autênticas. Se o problema constituir uma situação real, o aluno mobilizará os seus sabe­res com mais facilidade para a sua resolução;
3. envolver diferentes aprendiza­gens. Se a tarefa activar dife­rentes conhecimentos, será mais desafiadora e compensa­dora.

Estimular a auto-motivação.
D0 ponto de vista emocional, é importante promover o optimismo, a expectativa de que tudo acabará por correr bem, apesar dos eventuais contratempos.

Proporcionar um ambiente familiar rico em incentivos.
Aproveite ao máximo as oportunida­des para envolver a criança ao nível cultural. Uma ida ao museu, ao tea­tro, ao cinema, ou um simples pas­seio proporcionarão oportunidades importantes para o jovem se interes­sar pelo mundo que o rodeia.

Ajudar o seu filho a ter uma percepção positiva de si mesmo.
Quando sabemos que temos um certo controlo sobre os acontecimentos, que somos parte activa de um processo, sentimo-nos mais confiantes, mais motivados. O mesmo se passa com
os mais novos. É importante auxiliá­-los a pensar sobre os seus procedi­mentos, as suas técnicas de estudo, os seus problemas, a fim de incenti­var a sua própria autonomia e auto­-confiança.

Eliminar as ameaças e diminuir as pressões à sua volta.
Apenas livre da angústia, do stresse, da ansiedade poderá o seu filho ter vontade, por si próprio, de descobrir, conhecer e aprender.

Algumas técnicas para gerir o stresse:
. potenciar as emoções positivas, como a amizade, o amor, a soli­dariedade;
. aprender a relaxar, através de uma respiração profunda, da prática de um desporto, da música;
. procurar escapes para a pres­são, pelo riso, choro, desporto, dança, etc;
. acreditar que se tem um domí­nio sobre a vida e que nela se pode intervir.

Proporcionar feedback à criança.
Este é um dos métodos mais eficazes para promover a motivação intrínse­ca. Os comentários ao trabalho do seu filho, se possível estimulando o seu percurso e mantendo-o a par dos seus progressos, podem envolvê­-lo, de um modo muito enriquecedor, na sua própria aprendizagem.

Activar e envolver as emoções positivas para a aprendizagem.
As emoções são parte integrante da aprendizagem. Sem um envolvimento emocional, esta torna-se num terreno árido, perdendo a sua dimensão mais aliciante, estimuladora, apaixonante.
Os pais devem, por isso, demonstrar claramente o seu amor pelo conheci­mento, que, sem dúvida, acabará por contaminar os jovens.
A criação de controvérsia, de debate, que aqueça e divida os diferentes partidos, é sempre uma aposta ganha quando se trata de motivar as crianças para o estudo de um novo tema.

Fonte: Obra citada infra
Posted by JMA at 11:51 AM
Labels: aprendizagem, Motivação, pais

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